Entre Caminhos e Potências: a trajetória de egressos no NEPFEE

                                                                                                                                             Por Filipe Silva

O que motivou a criação do “Com-versas do NEPFEE” foi o interesse em comemorar os 10 anos da formação deste Núcleo na Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) e é por essa razão que o último evento deste projeto não tinha como não ser voltado para esse caminho.

 Mas antes de discutir sobre isso, vale a pena fazer uma breve retrospectiva dos outros 9 eventos que foram realizados durante o ano de 2025, pois este foi o nosso último encontro. Com-versamos sobre Transição de Carreira no Esporte; Luto; Corporeidade em Atendimentos Psicoterapêuticos Online; Morte voluntária; Saúde Mental e Transexualidade; Esportes Eletrônicos; Existências Atípicas; Práticas Corporais; e Esporte Paralímpicos. Além de que tivemos ao total 24 convidados dos mais diversos lugares do país, que enriqueceram profundamente cada bate-papo.

Bom, numa sexta-feira (05/12) a noite realizamos de forma presencial o 10° Com-versas do NEPFFE, intitulado: “Entre Caminhos e Potências: a trajetória de egressos no NEPFEE”, e tivemos a participação especial de uma intensa chuva, que infelizmente impediu a presença de alguns dos nossos convidados. Quanto a isso, os convidados da vez foram justamente aqueles que, durante a graduação (e alguns após ela), participaram de algum modo contribuindo com os projetos promovidos por este núcleo.


A com-versa iniciou com as duas egressas que fizeram parte da primeira geração do NEPFEE: Thamara e Roseana. Thamara falou que se empolgou muito com as disciplinas ministras pela professora Erika, sua turma, inclusive, foi a primeira ao qual nossa coordenadora deu aula logo que chegou na UNIVASF. Por causa do NEPFEE, ela carrega tanto aprendizados teóricos quanto experiências ímpares, como a realização de práticas na APA, em que foi possível associar tanto a fenomenologia quanto a psicologia do esporte, inclusive, para pessoas com deficiência. Destacou também a relevância dos plantões psicológicos nas escolas e da importância de realizar práticas nas comunidades e promover uma devolutiva para esses espaços. Já Roseana pontuou que entrou no Núcleo pelo interesse em se aprofundar pelo tema do esporte, área pouco explorada na região antes da chegada do NEPFEE, além de carregar até hoje no seu fazer profissional os temas do cuidado e do acolhimento e que permanece utilizando as versões de sentido –algo característico das nossas práticas.


Na segunda geração estavam Marcos, Silvio e Luís. Marcos relatou que chegou ao NEPFEE ao escolher seu estágio com a professora Erika, motivado pelo interesse na clínica, na escola e no CRAS; destacou que as práticas, especialmente na escola, seguem orientando sua atuação profissional. Silvio, por sua vez, contou que ingressou ao cursar Psicologia Fenomenológico-Existencial I como eletiva, ainda na medicina, e que a partir disso integrou o Com-versando no colégio Paulo Freire, organizou oficinas e maratonas, tornou-se o primeiro monitor da disciplina, participou de pesquisas e atividades do Com-versas. Afirmou que o NEPFEE atravessou, e continua atravessando, sua escolha pela psicologia, pelo mestrado e pelo futuro doutorado. Já Luís explicou que entrou no Com-versando pelo desejo de atuar em escolas periféricas e carentes, como a São Gonçalo; foi bolsista, participou da tenda do cuidado, promoveu exibição de filmes, rodas de reflexão e o show de talentos. Assim como os demais, enfatizou que essas vivências foram fundamentais para sua atuação profissional atual.


Por fim, tivemos a Ana, que está formada a meses, e que iniciou sua trajetória no NEPFEE quando estava no quarto período ao realizar um curso de psicologia do esporte. Pontuo que foi a partir deste núcleo que começou a estar em prática de forma efetiva, e destacou o quanto que enxerga o NEPFEE como lar, que a possibilitou formar relações e que desde o início compreende que há verdade e sentido nas ações promovidas por este núcleo.

Portanto, este evento evidenciou que o NEPFEE não foi apenas um espaço formativo, mas um lugar de encontro, sentido e transformação. Em cada relato, o que emerge não são apenas atividades realizadas, mas modos de ser atravessados e que compartilham o cuidado, a escuta, a presença e a responsabilidade compartilhada. As experiências vividas- nas escolas, nas comunidades, nos projetos e oficinas- tornaram-se caminhos que continuam orientando a vida profissional e pessoal de cada um. Assim, “Entre Caminhos e Potências” sintetiza o próprio fenômeno que apareceu neste último encontro: histórias atravessadas pelo NEPFEE que seguem gerando sentido, revelando que, quando a formação acolhe e promove abertura, ela continua produzindo potências.

Obrigado a todos que fizeram parte deste projeto durante o ano de 2025: espectadores, convidados, Erika e aos colegas extensionistas.

O Com-versas do NEPFEE finaliza, mas em breve começaremos algum outro projeto potente.



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