Cordel do corpo

O texto que segue, foi construído em forma de cordel. Uma maneira sertaneja de discutir temáticas tão pertinentes à nossa sociedade!

CORPO E ESCOLA

Por Clara Sousa

       Fernando de Sá

       Jaqueline de Oliveira

Para começar nossa conversa de hoje

Convido o NEPFE ao corpo na escola refletir.

É um tema que precisamos discutir

Para novos pensamentos e visões surgir.

Quando conhecemos a vida, num corpo somos gestados.

Tornamo-nos humanos e passamos a existir.

E é pelo corpo que vivemos o ser homem ou mulher:

Dando significado e buscando ao mundo sentir.

Quando eu vim para esse mundo,

Eu não atinava em nada

Hoje eu sou (nome)

(Nome), iê... Meus camarada!

Nos primeiros meses de vida

Passamos pela crise da separação.

Até então bebê e mãe era um só corpo

E dava pra sentir até as batidas do coração.

Na primeira vez que vamos à escola

O choro toma conta e as saudades nos fazem sentir:

“O meu corpo é um corpo perdido!”

Tudo é estranho e a ausência fica a emergir.

Eu não existo longe de você
e a solidão é o meu pior castigo.
Eu conto as horas pra poder te ver
mas o relógio tá de mal comigo
Por quê?Por quê?

A escola é o lugar onde passamos bastante tempo

E participamos de muitas e intensas relações.

Que podem tanto alegrar quanto entristecer

Dependendo dos sujeitos e de suas visões.

Chegamos à adolescência

Não nos cabe mais o corpo de criança

Tudo cresce e toma forma

Ficamos desesperados por um tempo de bonança.

É a idade dos interesses, das paixões,

Dos olhares e das curiosidades.

Vivemos momentos de incertezas

E uma turbulência de inconformidade.

Muitas pessoas não nos conhecem pelo nome

Mas sim pela distinção da corporeidade

Pelas características que demostramos socialmente

E que podem abalar as estruturas de nossa identidade.

Os apelidos na escola são pertinentes

Muitas brigas, as palavras há de gerar.

Mas o que se vê são os valores morais

Afetando a conduta e precisando mudar.

É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há

As pessoas, a mídia e a sociedade,

Impõem fatores que no nosso corpo cria marcas.

A escola é o espaço de potencializar o ser no mundo

Para gerar novas fronteiras e libertar das amarras.

O corpo está composto em todos os lugares da escola

O diálogo pode ser visto nas maneiras de educar

É preciso valorizar a essência mais profunda

Para com aprendizagem significativa transformar.

A escola precisa pensar nas maneiras

De sobre o corpo intervir

Olhando a subjetividade de cada ser

Vendo as diferenças e o futuro ainda por vir.

Toda pedra do caminho
Você pode retirar
Numa flor que tem espinhos
Você pode se arranhar
Se o bem e o mal existem
Você pode escolher
É preciso saber viver

É preciso saber viver
É preciso saber viver
É preciso saber viver
Saber viver, Saber viver