Esta crônica foi escrita por Emanoela
Souza Lima e reflete um encontro. Um encontro de nepfeanos falando e vivendo Felicidade, com um pouco do coração e da experiência de todos que estiveram presentes.
Felicidade pode ser...
Emanoela
Souza Lima
Tenho
me questionado ultimamente sobre aquilo que realmente me faz feliz!? Será que a
felicidade é estar onde estamos?! Ou será que estará num futuro tão próximo
quanto a próxima esquina?! Diante de um cotidiano atarefado, enfadado, devo
dizer que a vida demanda sempre aquilo que não temos e entramos no ciclo
vicioso das buscas incessantes. Preencher-se é o mais novo rótulo do mercado,
ainda que isto custe não estar, de fato, feliz. Você consegue responder quantos
sorrisos você distribui no dia?! Todos eles foram expressão de felicidade? Ou
apenas um contrato estabelecido de ter que...?
Fico
pensado nas invenções humanas, e não acredito, sinceramente, que um dia, por
obra da ciência, há de ser produzida fórmulas para ser feliz. Por que às vezes
a felicidade esta no porre que tomamos no bar da esquina. Ouvi outro dia de um
senhor que ter dinheiro, necessariamente, não o faz feliz, este apenas pode ser
um dos meios que possibilitam momentos de felicidade. Concordo com ele. As
vezes ser feliz é poder dormir algumas horas a mais. E só. Os instantes vividos
são a real composição da fórmula existencial, cada ser produz uma fórmula
diferente, por isso, nunca devemos reduzir a felicidade ao máximo de um. Convido
que você faça uma regressão as suas memórias. Tente recordar o que te fez feliz
hoje? O que te fez feliz há uma semana? Há um mês? Há 10 anos? Na sua infância?
É possível identificar quais momentos te fizeram feliz?! Pense um pouco e
depois prossiga a leitura...
Após
esse momento de reflexão, você se deu conta do quanto ser feliz é singelo?
Subir em árvores, receber um elogio ou um abraço, correr na rua descalço, ouvir
o som da chuva, sentir o cheiro de terra molhada, soltar uma pipa, rir de uma
besteira tão besta que a barriga doía tanto, mais tanto, que faltava até o ar,
é um dos exemplos que me acometem quando penso em felicidade. Para mim, este é
o completo estado de felicidade. A gente vai crescendo e nos é retirada a
possibilidade de ser feliz como em idade tenra, na qual a única preocupação era
não se preocupar. Talvez seja porque, cada vez mais, temos que pagar contas,
enfrentar horas e horas no trânsito, nos empenhar naquilo que não gostamos, mas
precisamos fazer. Felicidade, então, seriam as memórias cristalizadas pelo
tempo?
Penso
que a felicidade pode ser sempre mais um passo, mais um hábito ou mais um ritmo.
A felicidade pode ser não ter nada de material, mas se o tiver que seja uma
pedra da sorte. Ou pode ter sido morar com os avós e agradecer por isso. Pode
ser voltar para casa, receber o abraço dos pais, dormir na própria cama.
Felicidade pode ser aquilo que espanta e que te faz devolver a pergunta: o que
me faz feliz? Felicidade, pode sim, ser o seu trabalho; acompanhar o processo
da cura de alguém que você ama; ter um animal de estimação ou plantas as quais
você mima. Pode ser ouvir música, ter um estilo ou vários. Pode até estar
ligada as tuas raízes, mas não deixa de construir novos caminhos. Pode ser espiritualidade,
ou não; viver em contato com O transcendente, ou não. Pode ser o agora, o
amanhã, o daqui a dez, vinte, trinta anos. Pode ser duradoura ou efêmera.
Felicidade pode ser o desconhecido modo de se deixar afetar.
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