Entre os dias 31 de outubro e 02 de novembro de 2016, o NEPFE este envolvido com o 1º Congresso de Psicologia do Vale do São Francisco, que aconteceu no Complexo Multi-evento da Univasf em Juazeiro e teve como tema “A prática da psicologia no Vale do São Francisco:
aspectos teóricos, éticos e políticos”.
O NEPFE foi um dos apoiadores do congresso, sendo que grande parte dos integrantes do nosso grupo esteve na organização do evento.
O evento foi um sucesso, em público e qualidade. Foram mais de 350 participantes. Foram mais de 70 trabalhos apresentados em diversas categorias: pesquisa, relatos de experiências, vivências, além das mesas redondas, mini-cursos e conferências proferidas por diversos profissionais da região do Vale do São Francisco, além dos convidados de São Paulo, Campinas, Salvador, Recife e São Raimundo Nonato. Discussão importantes foram travadas nestes 3 dias de congresso e muito nos enriquecemos com as experiências na organização do evento, assim como com a absorção de tantos conteúdos significativos.
O NEPFE foi um dos apoiadores do congresso, sendo que grande parte dos integrantes do nosso grupo esteve na organização do evento.
O evento foi um sucesso, em público e qualidade. Foram mais de 350 participantes. Foram mais de 70 trabalhos apresentados em diversas categorias: pesquisa, relatos de experiências, vivências, além das mesas redondas, mini-cursos e conferências proferidas por diversos profissionais da região do Vale do São Francisco, além dos convidados de São Paulo, Campinas, Salvador, Recife e São Raimundo Nonato. Discussão importantes foram travadas nestes 3 dias de congresso e muito nos enriquecemos com as experiências na organização do evento, assim como com a absorção de tantos conteúdos significativos.
Alguns integrantes do NEPFE escreveram sobre suas experiência para compartilhar aqui com nossos leitores.
“A experiência enquanto comissão
organizadora foi muito importante, pois me proporcionou conhecer novos
profissionais e estudiosos atuantes em Psicologia, a expandir a rede de
contatos e amizades com pessoas diversas. Enquanto estamos somente como
ouvintes, não temos a percepção clara da dimensão de pessoas envolvidas por trás
de um evento do tipo e o quanto cada comissão especifica trabalha e se dedica
para cuidar de uma determinada comissão, o quanto também podemos aprender
juntos através da troca: discutindo sugestões com pessoas que já tem
experiência em organização de eventos pode influenciar para agilizar alguns
processos ou o quanto podemos incrementar nessa construção trazendo novas
ideias desde buffet, programação a apresentação cultural. O trabalhar, mesmo em
uma comissão especifica não anula as alternativas que surgem ou outras opiniões
para deixar o evento mais aconchegante possível.
Durante o evento, fomos abordados e ouvimos alguns comentários positivos, assim como, também
conseguimos perceber coisas que não funcionaram bem e que pode ser modificado em
um próximo, é um processo também formativo e enriquecedor" (Ravena Araújo)
Ravena ainda escreve: "Ao participar e assistir algumas
coisas da programação me coloquei a pensar em coisas importantes e que sempre
nos questionamos, mas muito raro ouvimos alguém falar sobre, são esses espaços
e oportunidades, que nos faz sair do comodismo e pensar mais em como anda o
nosso curso. Desde matriz curricular, até certos conteúdos e didática de ensino
que deixa de ser trabalhado ou não existe, algumas vezes mesmo com esse olhar
de construção continua sob a Psicologia, tanto falamos de abertura e
possibilidades, mas nem sempre temos abertura e espaço de construir em conjunto
com os docentes: o que realmente queremos ver, discutir e trabalhar. É repensar
nesse espaço que forma cuidadores, mas que também adoece se não é bem cuidado.
Ou o quanto algumas coisas poderiam e devem ser revistas e remanejadas. Onde
pudesse se pensar em melhores orientações, práticas e discussões, já que nem só
de teoria vivemos e na prática aprendemos e absorvemos muito mais. Também uma
forma de reforçar os trabalhos que foram apresentados, inclusive os relatos de
experiência, que só nos deixa mais a parte da dimensão de coisas boas que estão
sendo feitas e construídas por esses psicólogos ou futuros psicólogos e que
facilita a visibilidade e acesso a essas ações.”
Marta Maciel também trouxe uma interessante reflexão sob sua experiência como ouvinte do congrepsidovale:
"O
ser humano entrega o que ele tem de mais íntimo para o profissional de
psicologia, por isso a importância do cuidado, de perceber que o sujeito é
aquilo que ele carrega, e não pode haver, na clínica, esse duelo “paciente X
psicólogo”, sem um cuidado de uma escuta fina de ouvir o que é do outro, sem
corroborar ou legitimar.
Ouvir é estar disponível para
acolher o sofrimento do paciente. A escuta é um dispositivo de cuidado
indissociável do trabalho de psicologia, enfatizando a importância da Abordagem
Centrada na Pessoa (ACP) afinal “não
somos psicólogos que por acaso somos pessoas”, somos pessoas que por acaso
somos psicólogos “, e as coisas, os fatos
nunca são realmente como ouve-se, mas sim, como interpreta-se, levando
também em consideração a importância de entender a linguagem do paciente, de
entrar em contato com gente, pois há psicólogos que, não sabendo lidar como o
que aparece, tendem a teorizar, não conseguindo mais cuidar do outro.
O profissional deve atentar-se que,
se não tiver cuidado, ele não dará conta de ouvir, e esse cuidado deve ser em
nome da liberdade, para não aprisionar o outro, afinal a compreensão deve ser
real e não pautada em preconceitos, cuidando-se para não confundir “minha
ansiedade” com a demando do outro, estando atento para não diminuir o outro em
função de legitimar quem somos. Casos aparecerão, onde tem-se a impressão que
não se dará conta, motivo pelo qual deve-se entender que, praticar psicologia é
“ o que o sujeito diz, o que a ciência traz e mais um pouco do que ainda não se
conhece”.
Enfim, Karla Danieli da Luz coloca
com muita delicadeza a questão da religião na clínica, no qual, se o
profissional está bem em relação aos seus credos, não destruirá o que é do
outro, tendo a sutileza de não associar queixa com crença, ouvindo o que vem
dele, sem compactuar, pois as pesquisas comprovam inclusive, que quando um
sujeito adoece, e esse possui um grupo religioso que o apoia, os resultados são
sim, mais satisfatórios. A perspectiva saudável na comunidade tem esse amparo,
é um aparato para sua doença, a ponto de Freud, que era citado como ateu, fazer
essa citação: “Mas a beleza da religião, certamente não pertence a psicanálise,
a psicanálise não dá conta”.
Shirley Macêdo comenta do cuidado de
“sacar” aquilo que faz sentido para o sujeito, e esse “fazer sentido” não quer
dizer se é verdade ou não, mas um sentido que se pode perceber de forma
consciente. É necessário, portanto, estar com a cabeça vazia, calar para poder
ouvir, não ficar curioso no caso, na história que a pessoa está trazendo, mas
sim no sentido que aquilo faz para ela. Quando o paciente está falando, ele
traz muita coisa, não é necessário arrancar mais nada, dá para trabalhar com
aquilo que ele está oferecendo, no que aquilo está apontando, pois tudo se dá
na presença, no silêncio. Esse processo também conta com a hermenêutica
colaborativa, que explora presente, passado e futuro, através do resgate
histórico, tenta positivar como o sujeito lida com adversidades, levando-o até
a infância, que é o momento da espontaneidade, e com o jogo de perguntas e
repostas e compartilhamento de experiências, há uma construção conjunta de
alternativas. Heidegger (1999) também cita que, compreender o outro ocupa uma
posição de constituinte da existência humana, onde o cuidado é pensado
fenomenologicamente relacionado à liberdade e abertura de possibilidades.
Para Shirley Macêdo, não há curso de
escuta, só se aprende “escutando”, pois cada encontro tem um som, um dizer, até
no silêncio fala-se e escuta-se o outro, mobiliza-se e é no compartilhar da
experiência que o cuidado vai se fortalecendo, sempre lembrando que a pessoa
não aprende a cuidar do outro se não aprende a cuidar de si mesma".
Participar de evento como este é inicialmente um momento de encontros. Encontros de pessoas e saberes. A Psicologia me encanta, principalmente por sua diversidade de possibilidades e olhares sob as questões complexas do Homem-indivíduo-sociedade! E esta para mim (Erika Hofling Epiphanio) foi a grade contribuição do evento, mostrar a Psicologia por diversos enfoques teóricos e também pelas diversas possibilidades de prática da profissão.
Para mim, o congrepsidovale teve um sabor ainda mais especial, além do fato de participar ativamente de toda a sua organização, pelos encontros e novas amizades construídas, pela possibilidade de compartilhar conhecimentos diversos, mas com um plus a mais de poder discutir a formação em Psicologia, uma discussão que me é muito cara e extremamente necessária com pessoas que participaram ativamente do meu processo de formação profissional, que foi a profa. Glória von Buttner que foi coordenadora do curso de Psicologia da Puccamp durante minha graduação e do meu querido orientador de doutorado Paulo Albertini.
Foi mais um evento de muita relevância em que o NEPFE pode estar presente. Que venham os próximos!
Comentários
Postar um comentário