NEPFEE no III Congresso Luso-Brasileiro de práticas clínicas fenomenológico-existenciais IX Congresso latino-americano de psicoterapia existencial

Por Erika Hofling Epiphanio

Entre os dia 10 e 12 de abril, estivemos no Rio de Janeiro para participar do  III Congresso Luso-Brasileiro de práticas clínicas fenomenológico-existenciais e IX Congresso latino-americano de psicoterapia existencial.
Foram momentos de grande aprendizagem, experiências e troca de saberes, que com toda certeza enriquecem nosso grupo de pesquisa.
Neste texto iremos dividir um pouco desta experiência com nosso leitores.
Na conferência de abertura tive o prazer de ouvir uma discussão de grande relevância para o momento atual intitulada "Miseria y grandeza del ser humano", proferida pela Argentina Susana Signorelli.
 Algumas anotações deste encontro:
"A tudo que nos 'toca" em nosso ser qual transcorro, aquilo que torna presente, que somos existentes constituindo um novo presente" 
" Olhar a miséria e o desamparo do ponto de vista ético e moral é uma maneira  de nos proteger da minha própria afetação, afetação de como construo o sentido, como a experiência me toca"
"A Psicoterapia oferece amparo afetivo"
 


Em outro momento, participando de uma mesa redonda muitas inquietações se afloram em uma discussão sobre uma prática clínica que propõe a relação de co-existencia/ co-dependência entre o profissional e o usuário, experiências que me levam a construção de uma Versão de Sentido: "Construindo o conhecer, implicando-se com o sentido da experiência, afinal o profissional é co-autor da experiência do sujeito".
Nesta mesa destaco a fala de Suely Emília de Barros Santos que desenvolve pesquisas muito interessantes em espaços como diz ela "coletivamente habitados" em um pesquisar implicado em que ser-no-mundo habita os espaços na dimensão de compartilhar e vê o pesquisador como um mensageiro.
No final do primeiro dia tivemos mais um encontro/palestra de grande significado.  Foi o encontro com a pesquisa do amigo Cristiano Roque Barreira intitulada "Uma fenomenologia da violência no corpo a corpo esportivo: do caso do MMA a um critério normativo". Um estudo impecável do ponto de vista metodológico, um pesquisador comprometido com o o conhecimento que investiga com profundidade, e um dos poucos que compartilha comigo o interesse pela Psicologia do Esporte á luz da Fenomenologia. Em seguida veio a fala de Adriano Holanda, que falou sobre "Fenomenologia, psicoterapia e clínica: desafios entre o ôntico e ontológico", sua fala para mim foi uma grande provocação que oferece sentido ao meu caminhar, por compartilhar de muitos de seus posicionamentos em que vejo a Fenomenologia na beleza de sua totalidade.



No segundo dia do evento, foram tantas as informações que seria humanamente impossível compartilhar todas, mas falo de um palestra bastante provocadora de Victor Amorim, psiquiatra português que falou sobre " Século 21: que desafios para psicoterapia existenciais". Em sua fala evidencia-se o desafio de evitar a cristalização da psicoterapia, indicando um caminho de progresso necessário na compreensão do ser. Fiquei bastante interessada em conhecer mais a fundo seu trabalho e fica aqui a dica para pesquisar seus trabalhos.

Ainda compartilho a apresentação de Shirley Macedo, amiga e colega de trabalho da UNivasf que levou diversos trabalho ao evento sobre  escuta clinica no processo de formação profissional do psicólogo  e também compartilhou sobre seu trabalho bastante inovador sobre clínica-humanista do trabalho.

Outro amigo, o psicólogo e pesquisador da UFMA Jean Marlos Pinheiro Borba que fala sobre um trabalho muito interessante sobre Intervenções Assistidas por animais. "Muito interessante como a dimensão psicológica pode ser ampliada com a presença de animais"

E ainda gostaria de compartilhar um encontro muito significativo para mim. O encontro com minha professora da graduação da PUCCAMP em que ao ouvir sua voz durante sua apresentação me levou ao túnel do tempo, como se aquela voz me fizesse recordar o sentido que suas aulas tiveram na minha formação, ouvi suas palavras com emoção no coração. Vera Englel Cury, uma psicoterapeuta, educadora e pesquisadora da Abordagem Centrada na Pessoa, a pessoa que me apresentou o autor que seria uma das minhas principais reverências em   meu fazer clínico profissional.
Vera Cury traz ainda um posicionamento sobre pesquisa do qual compartilho totalmente e que a mim é muito caro "Fazer pesquisa também pode ser um processo de transformação social e publicar é também um ato social, pois compartilhamos o conhecimento"

E para finalizar compartilho com vocês o momento final do congresso em que eu, Shirley Macedo e Silvia Raquel de Moraes, tivemos o privilégio de participarmos juntas de uma mesa redonda em que apresentamos diversos trabalhos sobre plantão psicológico que desenvolvemos no Vale do São Francisco por meio de um  projeto amplo sobre Plantão Psicológico que temos com os estagiários do curso de Psicologia da Univasf.  Silvia falou sobre "Plantão psicológico no serviço-escola de psicologia da UNIVASF (CEPPSI): contribuições, conquistas e desafios", depois Shirley falou falou sobre "Serviço de plantão psicológico no CEPPSI/UNIVASF: desafios e impasses frente a demandas emergenciais e finalmente eu Erika falei sobre "Plantão psicológico: ação de cuidado à educação em escolas públicas do Vale do São Francisco". Foi um fechamento com chave de ouro após uma maratona de conhecimento.

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