Oficina de contação de historias: o resgate lúdico como forma de intervenção terapêutica


O projeto Com-versando, tem como objetivo levar a comunidade escolar espaços de diálogos e cuidado. Para isto rodas de conversa, reflexão e oficinas são oferecidas aos estudantes, familiares, professores e servidores.
As primeiras oficinas realizadas na Escola Paulo Freire, foram as oficinas de "Contação de história", uma parceria entre o projeto "Com-versando" e o projeto "Erê".  
A seguir um breve relato sobre estas oficinas.


Por João Paulo Leite e Eralina de Lima Ferreira

A atividade de narração de histórias é uma das atividades mais antigas presente nas diferentes culturas humanas, tendo por objetivo a transmissão de conhecimentos e eventos de forma oral, principalmente para crianças. Entre fábulas de Esopo, as lendas populares que permeiam o imaginário social e os contos de fada que encantam as crianças, o ato de contar histórias é universal e atemporal. Historias são poderosas ferramentas que estimulam o ato de socializar e simbolizar, bem como instigam a imaginação, a criatividade e a criticidade das crianças, e, com a adição de componentes lúdicos (teatro, pintura, musica, dança etc.), o potencial atribuído ao ato de contar histórias ganha contornos terapêuticos. Essa é a principal missão do projeto “Erê – Contação de Histórias Lúdicas”, coordenado pelo professor Marcelo Ribeiro do colegiado de psicologia (Univasf).



Infelizmente, com o avanço da modernidade e das mídias digitais, cada vez menos se recorre à contação de histórias como forma de entretenimento e criação de vínculos relacionais. Esses fatos se mostraram presentes na Escola Paulo Freire, na qual as crianças demonstravam o interesse pela leitura, mas não se sentiam atraídos pelo acervo literário que a mesma oferecia (biblioteca). Dessa forma, entende-se que propor diálogo como forma de cuidado implica pensar no resgate da leitura, da dimensão lúdica que a mesma possui e das experiências das crianças que constroem esse fenômeno. Também é importante trazer aquilo que elas já trazem enquanto vivência e história e, a partir desse ponto, tecer novas relações. Instigar a leitura pode vir do diálogo sobre um filme, um jogo, uma série, enfim, todos os recursos presentes na vivência desse público podem se tornar “abertura” para novos mundos.


Dessa forma, em parceria com o projeto Erê, o Com-versando procurou ofertar um espaço onde a criatividade e a imaginação fossem estimuladas através de um resgate à leitura e às historias infantis. As oficinas de contação de historias foram gerenciadas pela brilhante Eralina Ferreira (estudante de psicologia e membro do projeto Erê), utilizando o teatro e a (re)contação para dar voz às crianças, permitindo-as serem autoras e atoras de seus próprios finais felizes, sempre procurando uma reflexão que transcende o conto e se faz no dia-a-dia.


As oficinas levantaram muitas reflexões e discussões sobre o processo educacional, as relações sociais, o contexto familiar e o sofrimento que se apresenta nesses campos e se reflete no comportamento das crianças. Porém, o sentimento de poder ofertar um espaço acolhedor para as mesmas permanece e nos inspira a (re)pensar ações e diálogos para se construir uma educação mais humana. 

Agradecemos maravilhosa participação de Eralina como parceira, sua contribuição foi um momento de muito aprendizado para os integrantes do Com-versando.

Em breve tem mais com-versando por aí! Aguardem!


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