Paraciclismo no Vale: da pesquisa á prática


Depois de um longo tempo sem conseguir postar nada aqui no blog, estamos de volta! 

Estamos felizes e animados com este retorno e espero que vocês também. 

Primeiramente queremos desejar a todos nossos leitores e leitoras um ótimo 2022!

Neste ano, esperamos trazer muitas coisas bacanas para compartilhar com vocês.

Serão novos projeto, novos textos, novos eventos e muita coisa está por vir.


E para iniciar vamos falar de Paraciclismo e o texto de hoje é da coordenadora do NEPFEE.

 por Erika Höfling Epiphanio


O Paraciclismo é o ciclismo praticado por pessoas com deficiências. 

Meu primeiro contato com a modalidade, foi há muito tempo atrás, quando uma ciclista da equipe que eu trabalhava me contou sobre a experiência de pilotar uma atleta com deficiência visual e desde então fiquei instigada com a modalidade, mas ainda fiquei apenas com o interesse meio que adormecido.

Entre 2020 e 2021, tive a oportunidade de realizar meu pós-doutorado na Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto, sob a supervisão do professor Cristiano Roque Antunes Barreira, em que estudei as relações interpessoais no ciclismo para deficientes visuais, pois estes correm com um atleta piloto.

É interessante observar que o desenvolvimento do Paraciclismo está associado a necessidade de adaptações tanto em regras, como em equipamentos. Por exemplo, para que deficientes visuais tenham a oportunidade de participar de competições de ciclismo, lançou-se mão da bicicleta tandem.

Foto tirada no campeonato brasileiro de Paraciclismo em Brasília- 2021

A bicicleta Tandem tem 2 acentos e uma corrente que liga o movimento central dianteiro ao traseiro, de tal forma que ambos os ciclista devem pedalar simultaneamente e sincronicamente, exigindo grande sintonia do movimento da dupla e no Paraciclismo, o ciclista que vai à frente é vidente, chamado de piloto e o de trás é um atleta com deficiência visual. 

Ao longo de um ano, pude ouvir pilotos, atletas deficientes visuais e treinadores sobre a experiência tandem e cada vez mais fui me encantando com esta modalidade esportiva. No entanto, posso dizer que o momento mais impactante em toda esta história, foi quando em dezembro de 2021, fui assistir o campeonato brasileiro de Paraciclismo e adentrei a este emocionante mundo. 

Marcinha e sua piloto Cris Silva, no campeonato Brasileiro-2021
Pelotão feminino- tandem campeonato brasileiro 2021

O Paraciclismo é dividido por classes de acordo com o equipamento e níveis de deficiência. Além da tandem, temos a handbike (bicicleta pedalada com as mãos), o triciclo e as classes que usam bicicletas convencionais com adaptações de acordo com a deficiência. 
Triciclo
Handbike

Ao longo de minha trajetória na psicologia do esporte, assisti muitas competições, mas nunca vi um clima tão amistoso como pude sentir nesta competição. Acredito ser para além de um espaço competitivo, uma momento de bons encontros, pelo menos assim foi para mim, ao encontrar todos os atletas que tinha entrevistado, os melhores paraciclistas do Brasil e ainda tive a oportunidade de rever amigas queridas.
Atletas de handbike se cumprimentam antes da prova
Pódio feminino tandem do CR
Pódio masculino tandem do CR
À frente a campeã brasileira Jady Malavazzi e atrás tietando, eu no meio das queridas Drix Pereira e Gislane Melo.

E como se não bastasse todas as emoções sentidas nos dois dias de prova, já no final da última prova, algo inusitado aconteceu....
Estava assistindo a prova e uma atleta que havia terminado sua prova, chegou do meu lado para torcer para os amigos que ainda estavam competindo e iniciamos uma conversa, que levou a um novo projeto...
Equipe Paraciclismo do Vale, em Brasília no campeonato Brasileiro

Desde que iniciei minha pesquisa, tinha muita vontade de trabalhar diretamente com paraciclista e esta atleta, que conheci lá em Brasília, nos 45 minutos do segundo tempo, foi Roberta, paraciclista aqui no Vale do São Francisco e lá mesmo trocamos contatos, o que rendeu um novo projeto. 
Roberta, no pódio do campeonato brasileiro de Paraciclismo

No último sábado, eu e minhas estagiárias do curso de psicologia, estivemos no Parque Josefa Coelho, em Petrolina, apresentando aos atletas, treinadores e ao pessoal da Tríade Assessoria Esportiva, a proposta de acompanharmos os atletas da equipe. 
Uma parceria que já começou cheia de afetos e certamente renderá bons frutos por aqui.


Fernanda e Duda, observando o treinamento dos atletas do Paraciclismo do Vale

E fico por aqui, dividindo com grande alegria a possibilidade de fazer parte do Paraciclismo do Vale e torcendo para que em breve tenhamos a tandem por aqui também.







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