E vamos de cartas fenomenológicas

O post de hoje será mais uma carta reflexiva de alunos do segundo período de psicologia..

Por Géssica Esteves 

Querida, Géssica do futuro.

 

Talvez o amor seja um dos temas mais fáceis de se olhar pelo viés da redução fenomenológica. Quem somos nós pra tentar explicar ou ensinar aos outros o que é o amor? Quem somos nós para querermos entender a maneira que alguém expressa esse sentimento? É impossível, e inviável, é injusto e egoísta usarmos do nosso olhar dogmático para observar esse sentimento tão individual em um alguém que não é a gente, porque o amor simplesmente é.

 

Pra você que sempre foi tão cheia de opiniões, que sempre sentiu necessidade de saber sobre tudo, falar sobre tudo, entender sobre tudo, abrir mão das concepções que você construiu ao longo da vida para fazer uso da redução está sendo uma tarefa árdua, desafiadora mas também recompensante. No exato momento que estou escrevendo isso não tenho mais certeza se essas concepções são realmente construídas por você ou se foram tomadas de alguém, e não ter a resposta para isso te abala de certa forma.

 

Será que aí no futuro você já conseguiu responder essa pergunta? Ou será que você finalmente conseguiu entender que nem tudo precisa de uma resposta óbvia e direta?

 

Retiro o que eu disse no início desta carta sobre o amor ser um dos temas mais fáceis de se olhar pelo viés da redução fenomenológica. Talvez ele seja o mais complexo, já que sempre que penso no que é amor pra mim quero que todos ao meu redor sintam o amor como eu. Então será que você sabe realmente o que é o amor? Não quero que você me responda isso um dia, só espero mesmo que você se sinta amada da forma que te faça feliz.

 

Espero que você consiga abrir mão dos juízos que te limitam a olhar o outro e o mundo de uma maneira tão presa a você. Espero que você consiga fazer uso da redução e da epoché fenomenológica com muito mais facilidade e que essa experiência de transforme e te engrandeça e amplie o seu olhar sobre a vivência e o sentido das coisas.

 

 Com carinho,

Gessica do passado. <3