E os pais na iniciação esportiva? O psicólogo trabalha com eles?

 Dando continuidade às matérias produzidas pelo projeto "Psicologia do esporte na iniciação esportiva de crianças com e sem deficiência: desenvolvimento e cuidado” , vamos para a terceira matéria.



E os pais na iniciação esportiva? O psicólogo trabalha com eles?

Por Fátima Marques, Mércia Costa e Thaís Macêda.


Olá pessoal! Voltamos para falar sobre um tema muito importante na iniciação esportiva, a participação dos pais e o papel do psicólogo nesse contexto. Proporcionar à criança uma experiência esportiva mais positiva é de fundamental importância e o apoio dos pais desempenha um papel crucial principalmente nesse período. Quando os pais oferecem suporte emocional, encorajamento positivo e criam um ambiente de diversão e aprendizado, as crianças tendem a desenvolver uma atitude saudável em relação ao esporte. Isso aumenta a probabilidade de elas continuarem praticando e desfrutando da atividade esportiva ao longo do tempo. A influência dos pais pode moldar a percepção da criança sobre o esporte, impactando tanto o aspecto competitivo quanto o prazer de participar.

É atribuído ao psicólogo, nesse momento, facilitar essa relação ajudando os pais a entender e lidar com as expectativas, promover uma atitude saudável em relação ao esporte, auxiliar na gestão do estresse e da pressão competitiva e oferecer orientação sobre como melhorar a comunicação com seus filhos atletas. Além disso, o psicólogo pode ajudar os pais a reconhecer a importância do apoio emocional e a desenvolver estratégias para manter um ambiente positivo e equilibrado durante a jornada esportiva de suas crianças. Além de ajudá-los a compreender a importância do desenvolvimento psicossocial da criança, promovendo a autoestima, a resiliência e o aprendizado de habilidades de resolução de problemas, oferecendo orientações sobre como lidar com situações de vitória e derrota, ajudando os pais a focar no processo e no esforço, em vez de apenas nos resultados. Afinal a iniciação esportiva não tem como objetivo final resultados, pois diferente do alto rendimento busca o desenvolvimento motor, socialização, saúde, bem-estar entre outros.

Reunião com pais com Erika (coordenadora do projeto)

Sendo assim, o psicólogo do esporte compreendendo o esporte como ferramenta de desenvolvimento de autonomia dos indivíduos, educação, saúde e autoestima, vai atuar como mediador das relações entre a tríade base da iniciação esportiva infantil família-criança-professor. Pode assumir a posição de facilitar as relações, de aproximar a família do contexto do desenvolvimento infantil que vai auxiliar no conhecimento das necessidades da criança, além de realizar trabalhos práticos interdisciplinares com os professores de educação física.

Uma das maneiras de atuação junto aos pais pode ser investigar a relação destes com a prática esportiva ou até mesmo quais são suas expectativas em relação a prática de seus filhos, objetivando reduzir cobranças, ansiedades e frustrações decorrentes especialmente de competições.

Esse processo de cuidado se inicia com a observação dos momentos de prática, para que os psicólogos possam perceber como cada criança lida com as experiências oferecidas pela prática da iniciação esportiva, como aspectos sociais, afetivos e psicológicos, assim como observa como o professor e a família se portam nesse contexto.

Portanto, além dos fatores mencionados acima, acredita-se que o fato de prestar auxílio a criança no sentido de lidar com as possibilidades decorrentes do esporte, pode ser aplicável para diversos outros momentos da vida dessa criança, ao passo que fornece dispositivos para que tanto a família quanto o professor perceba essas situações e possa ajudar também.

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Referências

 

Côte, J. (1999). The influence of the family in the development of talent in sport. The Sport Psychologist. Núm. 13. p.395-417.

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Gabarra, L. M., Rubio, K., & Ângelo, L. F. (2009). A Psicologia do Esporte na iniciação esportiva infantil. Psicologia para América Latina, (18).Recuperado em 12 de agosto de 2023, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1870-350X2009000200004&lng=pt&tlng=pt

Souza, S. R.; Silva, M. K. P. V. F. P. (2002).A participação dos pais em eventos competitivos infantis: Algumas Orientações. Londrina:Pedagogia do Futsal. Vol. 38. Núm. 6. p.290-293.

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