por Maria Luiza de S. Santana
Parte dos integrantes do projeto se preparando para uma intervenção
O esporte é um fenômeno que tem impactado positivamente em sociedades no Brasil e em todo o mundo. Ele se constitui como uma linguagem universal que transcende barreiras culturais, sociais e econômicas, e por meio de programas sociais, tem o potencial de promover inclusão, desenvolvimento de habilidades, saúde, coesão social e crescimento pessoal. Através de programas sociais dessa modalidade, crianças e jovens têm a oportunidade de participar de atividades esportivas, adquirindo, para além das habilidades necessária para a prática do esporte, valores sociais e autoestima.
Cortês Neto, Dantas e Maia (2015) trazem como um dos principais benefícios dos projetos sociais esportivos o movimento oportunizar espaços de transformações permanentes cognitivamente, pessoalmente, e principalmente socialmente. Através deles, ao seu público infanto-juvenil, são proporcionados o sentimento de pertencimento, os laços de amizade, a busca por objetivos comuns, as responsabilidades assumidas, o apoio, a cooperação entre os jovens, a aquisição de maior força de representação na comunidade e a permanência de algumas destas relações mesmo fora da pista de atletismo
Intervenção sobre atenção com as crianças mais jovens do projeto e uma linda interação entre uma delas e uma das integrantes da extensão
Mesmo alguns esportes, como o atletismo, se configurarem como uma prática individual, o momento grupal proporcionado por projetos desse caráter possibilita a construção de noções de inclusão e cooperação. Quanto à inclusão, Viana-Meireles e colaboradores
Pessoas com deficiência, mesmo fora do contexto esportivo (mas principalmente nele), são vistas como pessoas sem capacidade de independência, e projetos esportivos possibilitam a inclusão social delas a partir da ressignificação da concepção de deficiência, e na criação de oportunidades de acessibilidade às práticas esportivas, como é o caso dos esportes paralímpicos
Já quanto à cooperação, para Brotto (1999 apud
Isto posto, para além dos ensinamentos técnicos do “como fazer” voltado para a performance, projetos sociais esportivos também trazem a importância de um trabalho com viés educacional, onde o esporte ocorra como lazer, mas também como um momento de cidadania, com valores positivos
No Vale do São Francisco, a “APA Centrinho”, um projeto social desenvolvido pela Associação Petrolinense de Atletismo voltado para o público infanto-juvenil, em toda a sua abrangência de faixa etária, atua promovendo os valores da iniciação esportiva no atletismo, além daqueles como inclusão e cooperação, à medida em que os trabalhos realizados não distinguem meninos e meninas, e muito menos neurotípicos e neuroatípicos, ou pessoas com e sem deficiência. Todos treinam e trabalham juntos com um só objetivo: o atletismo.
E apesar de a iniciação esportiva não pregar a especialização precoce, já que a primeira pode ser tanto uma etapa inicial para futuros atletas quanto uma etapa elementar de formação do indivíduo, utilizando-o apenas em sua vida diária
E qual o papel da psicologia nisso tudo? Segundo Isabelle Pontes
Alguns dos adolescentes contemplados pelo projeto se divertindo durante uma das intervenções sobre atenção e agilidade.
Bibliografia
CORTÊS NETO, E. D.; DANTAS, M. M. C.; MAIA, E. M. C. Benefícios dos projetos sociais esportivos em crianças e adolescentes. Saúde & Transformação Social / Health & Social Change, p. 109–117, 2015.
MIRANDA, A. et al. Iniciação esportiva e especialização precoce. Revista Digital EDFesportes, v. 18, n. 181, jun. 2013.
PONTES, I. F. O esporte como via de ruptura do fatalismo: conscientização e empoderamento. Trabalho de conclusão de curso—Campos dos Goytacazes: Universidade Federal Fluminense, 2018.
SIMÕES, S. V. C. Jogos Cooperativos como instrumento de inclusão. Trabalho de conclusão de curso—Brasília: Centro Universitário de Brasília - UniCEUB, 2016.
VIANA-MEIRELES, L. G. et al. Projetos esportivos sociais para adolescentes no Brasil: impactos, implicações e barreiras. Caderno de Educação Física e Esporte, v. 18, n. 1, p. 77–82, 13 abr. 2020.
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